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A importância da internação no tratamento da dependência química

A importância da internação no tratamento da dependência química

Atualmente, estão disponíveis diversos tipos de tratamentos para dependência química. Esta é definida pela Organização Mundial da Saúde como “uma doença crônica que pode ser tratada e controlada simultaneamente como doença e como problema social”. Desse modo, a escolha da forma de lidar com o problema deve levar em conta uma série de fatores relacionados ao indivíduo, ao grau de dependência e ao meio que este se encontra.

Dentre os tratamentos, a internação é um dos mais recorridos por contemplar múltiplos aspectos da dependência química por meio de um corpo multidisciplinar de profissionais, além de oferecer um ambiente com infraestrutura adequada aos cuidados farmacológicos e práticas psicossociais diárias que ajudam a estabilizar o quadro do dependente químico.

A importância da internação no tratamento da dependência química e também no tratamento do alcoolismo consiste basicamente na ideia que o paciente em regime de internato perde o contato com a substância e com ambiente exterior que consequentemente o estaria mantendo no uso abusivo de substâncias. Concomitantemente a este fato recebe o tratamento com a equipe multidisciplinar não havendo por exemplo o risco de misturar medicação com a substância que faz uso no caso de um tratamento ambulatorial, o que pode ser perigoso e trazer sérias consequências. Enquanto o dependente químico é desintoxicado simultaneamente é tratado, isso é muito importante e uma grande ajuda na sua recuperação, restabelecendo sua consciência e percepção da realidade e assim firmando a cada dia seus passos na recuperação sem o risco de recaídas no decorrer da internação. No caso de jogo patológico ou outras compulsões, a desintoxicação é mental e espiritual.

Outro ponto positivo é a socialização com outros dependentes em encontros de grupos de apoio, que promovem a troca de experiências e a criação de vínculos benéficos à sobriedade a longo prazo.

Entretanto, a UNODC (Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime) prevê que “o tratamento para a dependência química deve ser baseado em evidências, voluntário, confidencial e com consentimento informado, além de ser realizado na comunidade através de intervenções clínicas e sociais no âmbito do sistema de saúde, com uma abordagem que siga os princípios da ética do cuidado em saúde.”

Dessa forma, é importante que o contexto geral do dependente químico, a opinião deste e da família além do diagnóstico preciso de um psiquiatra de confiança para determinar a melhor opção de tratamento. É possível detectar alguns sinais da necessidade de hospitalização, contudo para internações involuntárias é necessário laudo médico.

Acessibilidade aos tratamentos

Segundo dados divulgados pelo Senado, o Brasil oferece 0,34% dos leitos que seriam necessários para o tratamento de dependentes químicos. Dos 32,7 mil leitos reservados para saúde mental, estão disponíveis apenas 11,5 mil leitos para os dependentes químicos: 2,5 mil leitos nos hospitais gerais e 9 mil leitos nos Caps, hospitais psiquiátricos e prontos-socorros gerais e psiquiátricos.

Isso significa que há um leito para cada grupo de cerca de 5,8 mil pessoas que precisam de atendimento psicológico no país. Diante dessa situação, a maioria dos casos de dependência química são tratados por comunidades terapêuticas e clínicas de recuperação para dependentes químicos, muitas delas sem qualquer regulação ou fiscalização do Estado. Em atenção a esta informação, cabe a importância dos familiares do paciente dependente químico ou dependente do álcool realizar uma pesquisa fundamentada no tratamento e estrutura da clínica de recuperação, pois o baixos preços oferecidos para realizar uma internação na maioria das vezes tem causado grandes problemas e ao invés de tratar o dependente químico, acaba por piorar seu quadro, baixos custos não são sinônimos de qualidade de tratamento e quando lidamos com vidas, esse aspecto é muito relevante.

Sinais que indicam necessidade de internação

Antes de decidir pela internação, o psicólogo que fará a avaliação inicial irá considerar o padrão de consumo do usuário, histórico de tratamentos prévios, comorbidades associadas e condições familiares e sociais.

Segundo pesquisa divulgada pela Unifesp, os fatores que condicionam a internação do indivíduo como melhor opção de tratamento são:

  • Overdose ou ocasião de intoxicação grave;
  • Risco para desenvolvimento de síndromes de abstinência com delirium (por exemplo, Delirium Tremens);
  • Comorbidades com transtornos psiquiátricos graves (por exemplo, depressão com planejamento suicida, psicose aguda);
  • Uso da substância traduz grave risco de vida ao paciente ou a terceiros;
  • Falha do tratamento ambulatorial em episódio prévio;

Tipos de internação

Internação voluntária: realizada quando o próprio dependente procura o tratamento e se dedica a ele. É a melhor opção tanto para si, quanto para os demais envolvidos por haver menos barreiras no processo de recuperação e ressocialização.

Internação involuntária: feita por um familiar por escrito e deve ser aprovada por um médico psiquiatra. Após a aprovação da Lei 13.840, de 5 de junho de 2019, a clínica de recuperação não necessita mais informar os motivos da internação ao Ministério Público tendo em vista a previsão do consentimento familiar seguido do laudo do especialista indicando os motivos da internação involuntária do alcóolatra ou do dependente químico.

Internação compulsória: não havendo pedido da família, este pode vir de um juiz, servidor da área da saúde, assistência social ou de órgãos integrantes do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad) caso o dependente ofereça risco à sua vida ou de terceiros.

Em 2019, o governo federal sancionou a Lei 13.840, que autoriza a internação compulsória de dependentes químicos em unidades de saúde e hospitais, sem a necessidade de autorização judicial. Todos os tipos de internação são previstos pela Lei 10.216/01.

Tratamentos utilizados

As intervenções mais comuns envolvem uso de medicamentos, práticas terapêuticas em grupo e acompanhamento psicoterápico. O tempo de internação é definido pelo médico, mas costuma ter duração média de 150 a 180 dias.

É importante que ao final do tratamento, o paciente continue fazendo cuidados posteriores para evitar recaídas e crises de abstinência. Aqui listamos algumas práticas definidas pela Sociedade Internacional de Profissionais de Prevenção e Tratamento do Uso de Substâncias (ISSUP) e utilizadas nas clínicas de recuperação:

Desintoxicação

Essa etapa é a primeira e também considerada a mais crítica, pois o paciente recebe assistência médica durante um determinado período de tempo, geralmente 24 horas, para a eliminação das drogas do seu organismo.

Medicamentos

O abuso de drogas pode ser um fator de risco para a contração e o desenvolvimento de algumas doenças físicas e mentais, tais como esquizofrenia, depressão, transtorno de personalidade, cirrose, câncer, insuficiência renal, HIV, hepatite B e C, sífilis, lesões cerebrais e desnutrição; também pode ser uma consequência de algumas dessas enfermidades.

Por isso, o uso de medicamentos no tratamento da dependência química é indicado na maioria dos casos, devendo ser realizado com o acompanhamento constante, a avaliação do quadro do paciente, a realização de exames e o cuidado com efeitos colaterais e interações medicamentosas. Esse tipo de tratamento normalmente é feito em conjunto com a psicoterapia.

Psicoterapias

Diversas abordagens psicoterapêuticas têm sido eficazes no tratamento da dependência química, entre elas a psicanálise, a terapia cognitivo-comportamental, a terapia em grupo e a terapia ocupacional.

As psicoterapias se baseiam na aplicação de um conjunto de técnicas e métodos psicológicos, podendo ter objetivos diferentes, como a solução de problemas, a modificação de comportamentos e o auxílio no desenvolvimento de novas concepções sobre si mesmo e o mundo.

Clínica Revive: especializada no tratamento e reabilitação de dependentes químicos

Entendemos a dificuldade da decisão de internar um familiar e nosso objetivo com este artigo foi esclarecer as principais dúvidas de quem está considerando opções de tratamento.

Na Clínica Revive, trabalhamos há 23 anos na recuperação de dependentes químicos de drogas e álcool, com atenção cuidadosa para cada paciente. Contamos com instalações confortáveis e adequadas para cada modalidade de tratamento, aliadas a uma equipe especializada e bons índices de recuperação dos pacientes.