A dependência química pode desencadear comorbidades psiquiátricas, ou seja, quadro de transtornos psicológicos como a depressão e ansiedade. Ao mesmo passo, pessoas com depressão ou ansiedade podem buscar uma fuga no uso de drogas.
O Dr. Hamer Palhares membro da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) em entrevista para UNIAD (Unidade de Pesquisa de Álcool e Drogas) expõe agravantes dessa relação, “Para usuários de substâncias, há um aumento de risco não só depressão como de boa parte das doenças mentais como transtornos ansiosos, psicóticos e transtorno bipolar.”
É muito importante entender a relação entre a dependência química, a depressão e a ansiedade para compreender, caso a caso, a complexidade do diagnóstico. Assim, se pode oferecer o melhor tratamento.
O Relatório Mundial sobre Drogas do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), mostra que mais de 35 milhões de pessoas sofrem com transtornos por uso de drogas. Aqui podemos considerar tanto pessoas com dependência que desenvolveram ansiedade ou depressão, por exemplo, quanto o contrário.
Dependência química causada pela depressão ou ansiedade
Neste cenário uma pessoa já acometida pela depressão e/ou ansiedade busca fuga dos sintomas do transtorno psicológico através do uso de drogas. É importante saber as características e sintomas de cada um dos quadros de transtornos psicológicos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2018 eram mais de 300 milhões de pessoas com depressão no mundo. O acometido pela depressão apresenta alteração de humor, baixa auto-estima, desencanto e desinteresse pela vida. Os principais sintomas são: apatia, insônia, esquecimento, aumento ou perda do apetite e dificuldade de concentração.
No caso da ansiedade como doença age de maneiras diferentes em intensidades diferente, como lista o psiquiatra Rodrigo Bressan, professor da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) em entrevista para o canal do Youtube do Dr. Drauzio Varella:
- ansiedade generalizada, quando se apresenta uma sensação geral, o tempo inteiro de vigilância;
- pânico, representado por ataques agudos de ansiedade;
- Tem o estresse pós-traumático, que se desenvolve depois de se um evento estressante muito intenso e evolui para um quadro de ansiedade
- fobias simples ou sociais, na primeira um determinado objeto ou situação causam desconforto, crises de ansiedade ou ataque de pânico, no segundo eventos como festas podem causar os mesmos sintomas;
- transtorno obsessivo compulsivo (TOC) que gera obsessões em forma de pensamentos que invadem a consciência da pessoa e com compulsões em forma de atos que precisam ser executados de maneira repetitiva.
Em todos os casos citados os principais sintomas de desconforto apresentados pela pessoa ansiosa, são: tensão e nervosismo constantes; sensação de que algo ruim está para acontecer; irritabilidade, agitação dos braços e das pernas, insônia e pensamentos descontrolados e constantes no problema.
Uma pessoa com depressão e/ou ansiedade pode buscar no uso de drogas a fuga do sentimento de tristeza ou nervosismo. Na suspeita de qualquer um dos quadros de doença psiquiátrica, dependência química ou comorbidade psiquiátrica é muito importante buscar ajuda de um profissional.
As clínicas de recuperação oferecem profissionais qualificados para lidar tanto com quadros de transtornos psicológicos, quanto dependência química. Além disso, ainda oferece todo o amparo aos familiares.
A depressão ou ansiedade desenvolvida pela dependência química
A pessoa com dependência química também está propensa a desenvolver depressão e ansiedade. O Dr. Hamer Palhares explica, “há uma relação bidirecional, onde uma condição aumenta o risco da outra, criando uma espécie de feedback negativo ou círculo vicioso.”
Aqui a pessoa faz uso drogas ou álcool, apresentando a dependência química e a partir dos sintomas da substância utilizada no corpo pode desenvolver depressão ou ansiedade.
Um exemplo é o uso da cocaína, que pode gerar ataques de pânico e no processo de abstinência causa ansiedade severa. Outro exemplo é o álcool, atua como um depressor de humor, podendo aumentar o risco de suicídio.
Aqui mais uma vez reforçamos a necessidade da busca de ajuda profissional tanto para o diagnóstico, quanto para o tratamento do paciente.
O tratamento para a dependência química associada à depressão ou à ansiedade
O primeiro passo é fazer um diagnóstico preciso, como argumenta o Dr. Harmer “Este não é um diagnóstico simples de se fazer. Por vezes, a história é bastante clara e a distinção temporal auxiliará a discernir claramente o que veio primeiro.”
A partir do diagnóstico correto da causa e reação, se pode iniciar o melhor tratamento para o caso em específico. Em qualquer cenário, é fundamental que a intervenção médica e terapêutica ataquem todos os transtornos apresentados.
A equipe da Clínica Revive é formada por profissionais qualificados com grande experiência em dependência química, doenças associadas e na mudança de comportamento que isto acarreta.Está buscando um tratamento completo e humanizado para dependência química e doenças associadas como a depressão e a ansiedade? Entre em contato conosco!