A dependência química e o alcoolismo não afetam apenas o indivíduo acometido pelo transtorno, sua família, amigos e pessoas com quem se relaciona também são afetadas de diferentes formas. Uma delas é a codependência, que é um transtorno emocional que pode atingir pessoas fortemente ligada à um dependente químico, alcoólatra, pessoa com diferentes tipos de dependência e transtornos de personalidade.
Esse transtorno foi descoberto entre as décadas de 70 e 80, observado em cônjuges de pessoas que enfrentavam o alcoolismo. Com o tempo foi possível entender que esse transtorno psquiátrico pode acometer principalmente maridos, esposas, filhos, mães, pais… enfim, pessoas com uma ligação afetiva forte com a pessoa portadora de dependência ou transtorno.
Como funciona a codependência relacionada aos dependentes químicos e alcoólatras?
De maneira geral a codependência se apresenta em forma de entrega, o pai ou marido da pessoa que enfrenta problemas com a dependência química ou alcoolismo passa a não medir esforços para “ajudar” essa pessoa. Aqui falamos em ajuda entre aspas, porque o codependente não está ajudando de fato o dependente químico.
O transtorno faz com que o parente ou cônjuge passe a se anular como indivíduo, colocando o bem-estar do outro acima do seu. Nessa situação a pessoa pode tolerar abusos e financiar o vício do dependente. No ímpeto de ajudar o outro o indivíduo não mede esforços em ajudar financeiramente ou emocionalmente, essa ajuda se torna controle e alimenta preocupações exageradas.
A codependência é um transtorno crônico e progressivo. Por isso, muitos grupos de alcoólicos e narcóticos anônimos apresentam um grupo para o acolhimento de familiares. Essa participação da família de maneira ativa é extremamente importante.
Esse transtorno acarreta problemas para todos os envolvidos, enquanto um é sufocado e pode até ser afastado de um tratamento eficiente, o outro pede a sua individualidade e autoestima.
Como a codependência se manifesta?
Melody Beattie é autora de vários livros sobre o tema, em um deles, “Codependência Nunca Mais”, ela cita alguma das características apresentadas por pessoas que apresentam sintomas desse transtorno. Confira alguma delas:
Se considerar responsável pelo outro, abarcando: pensamentos, ações, desejos, necessidades e destino;
- Se sentir ansioso, culpado e/ou com pena quando o outro tem algum problema;
- Se sentir na obrigação de ajudar e resolver o problema do outro. Essa característica pode se manifestar através de conselhos não requisitados, sugestões e até mesmo ações;
- Ficar com raiva quando não consegue ajudar de uma maneira que julga eficiente;
- Culpar terceiros pela situação em que se encontra e por como se sente;
- Acreditar que a outra pessoa está o deixando louco;
- Sentir que sua ajuda e ela mesmo como pessoa não é apreciada o suficiente pelo o que faz. Pode até mesmo se sentir como vítima e achar que está sendo usada;
- Achar que não é bom o bastante;
- Resumir a sua vida e se contentar em ser o necessário e como ele julga ser necessário para o outro.
A abordagem sistêmica-psicodramática como uma alternativa
Existem algumas alternativas diferentes dentro da psicologia para tratar o transtorno da codependência, o importante é procurar ajuda. Inclusive, esse transtorno pode desenvolver ansiedade e depressão na pessoa acometida, a terapia pode ser imprescindível para a saúde do codependente.
Aqui vamos falar um pouco sobre a abordagem sistêmica-psicodramática como uma das alternativas de tratamento psicológico para a doença. Antes de falar sobre a abordagem em si, deixamos aqui um vídeo que explica a psicologia sistêmica e a psicologia psicodramática como abordagens separadas para facilitar o entendimento.
Em seu trabalho para o Núcleo de pós-graduação em psicologia da Universidade de Brasília (UNB), Lilian Costa Schuler, coloca o olhar sistêmico-psicodramático como essencial para a pauta:
- Se refere a uma disponibilidade de se vincular aos sistemas familiares numa predisposição afetiva construída a partir de respeito, curiosidade, empatia, e comprometimento com a cura possível dentro dos anseios de cada núcleo familiar. Outra característica é encarar a Dependência Química e a Codependência como uma vivência mantida e alimentada por todo o grupo familiar, e não apenas como uma experiência individual do adicto; ou seja, pensamos o sintoma dentro de um contexto de interações, de relações.
A junção das duas abordagens, gera um olhar mais humano e menos individualista para o transtorno. De tal forma, coloca na conta não só o dependente ou o codependente. Como Lilian coloca, olhar para a codependência a partir da ótica sistêmica-psicodramática significa olhar para todas as teias de relações envolvidas e situações vivenciadas para tratar o transtorno apresentado de maneira mais ampla.
Você quer saber mais sobre essa dependência emocional, dependência química, alcoolismo e os possíveis tratamentos não só para o adicto, mas para todos que se relacionam com ele podem ser afetados por essa condição? Entre em contato com a Clínica Revive, podemos te ajudar!
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