
Sinais, sintomas, tratamentos e medidas preventivas. Reconheça o vício em jogos e busque ajuda para um equilíbrio saudável entre entretenimento e bem-estar.
O vício em jogos, também conhecido como transtorno do jogo ou jogo patológico, é uma condição psicológica caracterizada pela compulsão incontrolável de jogar, mesmo diante de consequências negativas significativas. Esse comportamento afeta diretamente o bem-estar emocional, social e financeiro do indivíduo, sendo comparado, em termos de impacto, ao vício em substâncias químicas.
Embora qualquer tipo de jogo possa desencadear essa dependência — incluindo jogos eletrônicos (videogames), jogos de azar (como bingo, caça-níqueis e roletas), jogos de cartas e até jogos de celular —, a atenção da sociedade e dos profissionais de saúde mental tem se voltado com mais intensidade para os jogos que envolvem apostas financeiras, devido aos danos econômicos severos e à facilidade de acesso a esse tipo de entretenimento atualmente.
Portanto, discutir o vício em jogos, com foco especial nas apostas financeiras, é fundamental para a promoção de políticas públicas de prevenção, regulamentação do setor e desenvolvimento de estratégias terapêuticas eficazes. A conscientização sobre os riscos e sinais do transtorno é um passo essencial para mitigar seus efeitos e proteger indivíduos e famílias de consequências devastadoras.
O que caracteriza o vício em jogos? Como a medicina vê? Existe uma classificação de Doença CID? Qual?
O vício em jogos é caracterizado pela necessidade incontrolável de jogar, mesmo diante de prejuízos pessoais, sociais e financeiros. A pessoa perde o controle sobre o tempo e o dinheiro investidos no jogo, desenvolvendo tolerância (precisando jogar cada vez mais) e sintomas de abstinência quando tenta parar.
A medicina reconhece o vício em jogos como um transtorno comportamental sério. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), ele está classificado na CID-11 (Classificação Internacional de Doenças) como "Transtorno do jogo" (código 6C50), englobando tanto jogos eletrônicos quanto jogos de aposta.
Essa classificação permite que o vício em jogos seja oficialmente tratado como uma doença mental, exigindo acompanhamento psicológico e, em alguns casos, psiquiátrico. O diagnóstico leva em conta a persistência do comportamento, sua intensidade e os impactos negativos na vida do indivíduo. O reconhecimento médico é um passo importante para quebrar o estigma e facilitar o acesso a tratamento.
Impactos do vício em jogos na saúde mental e física e a partir de quando foi reconhecido como doença
O vício em jogos tem impactos profundos na saúde mental e física dos indivíduos. Psicologicamente, pode causar ansiedade, depressão, irritabilidade, isolamento social e, em casos graves, pensamentos suicidas. O jogador desenvolve uma dependência emocional intensa pelo jogo, negligenciando responsabilidades, relações pessoais e autocuidado.
Fisicamente, o vício pode levar a distúrbios do sono, sedentarismo, má alimentação, dores musculares e até problemas cardiovasculares, especialmente quando há longos períodos de jogo ininterruptos. Esse comportamento compulsivo também aumenta o estresse, afetando diretamente o sistema imunológico.
O vício em jogos, quando ultrapassa os limites do lazer, torna-se uma ameaça à qualidade de vida. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu oficialmente o vício em jogos como uma doença em 2018, incluindo o "Transtorno do Jogo" na 11ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-11). Esse reconhecimento representou um marco importante para promover diagnóstico, tratamento e políticas de prevenção voltadas ao problema.
O uso recreativo que leva ao comportamento compulsivo
O uso recreativo de jogos, quando feito de forma equilibrada, pode ser uma atividade saudável e divertida. No entanto, para algumas pessoas, esse hábito pode evoluir para um comportamento compulsivo, especialmente quando há um forte vício em jogos que envolvem recompensas rápidas, como os de aposta ou jogos online com microtransações.
Inicialmente, o indivíduo joga por prazer ou passatempo, mas, com o tempo, começa a sentir a necessidade de jogar com mais frequência, buscando repetidamente a sensação de vitória ou alívio emocional. Esse ciclo reforça o comportamento e pode levar à perda de controle, caracterizando um vício.
A transição do uso recreativo para o compulsivo é sutil, tornando difícil perceber os sinais de alerta precocemente. O problema se agrava quando o jogador começa a negligenciar outras áreas da vida, como estudos, trabalho e relacionamentos. O reconhecimento dessa mudança de padrão é fundamental para buscar ajuda e evitar prejuízos maiores.
Abordagens de tratamento para vício em jogos na clínica de recuperação
O tratamento do vício em jogos na clínica de recuperação envolve abordagens multidisciplinares focadas em romper o vínculo em jogos que mantém o comportamento compulsivo. Inicialmente, é feita uma avaliação detalhada para compreender o grau de dependência e os impactos na vida do paciente.
As terapias psicológicas, especialmente a terapia cognitivo-comportamental (TCC), são fundamentais para ajudar o indivíduo a identificar e modificar pensamentos e comportamentos relacionados ao jogo. Em alguns casos, pode haver a necessidade de acompanhamento psiquiátrico para tratar comorbidades como ansiedade e depressão.
As clínicas também promovem grupos de apoio, onde os pacientes compartilham experiências e desenvolvem estratégias para manter a abstinência. Além disso, atividades terapêuticas, como exercícios físicos e técnicas de relaxamento, auxiliam no equilíbrio emocional e na redução do estresse.
O objetivo principal é restabelecer o controle sobre a vida do paciente, reduzindo o vínculo patológico com o jogo e prevenindo recaídas.
Internação para jogadores compulsivos!
A internação para jogadores compulsivos pode ser necessária nos casos em que o vício em jogos apresenta um nível extremo de gravidade, comprometendo significativamente a saúde mental, física e social do indivíduo.
Quando o paciente não responde ao tratamento ambulatorial, apresenta comportamentos de risco, como endividamento excessivo, isolamento severo, ou pensamentos suicidas, a internação oferece um ambiente seguro e controlado para a reabilitação.
Durante o período internado, o paciente recebe acompanhamento intensivo, incluindo terapia individual e em grupo, suporte psiquiátrico e atividades que auxiliam no desenvolvimento de novas formas de lidar com a compulsão. A internação permite o afastamento temporário do ambiente que estimula o vício, favorecendo a quebra do vício em jogos e o resgate de hábitos saudáveis.
Embora seja uma medida extrema, a internação pode ser essencial para salvar vidas e oferecer ao jogador compulsivo uma nova chance de recuperação plena e duradoura. Saiba mais sobre!
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